É com infinita tristeza que acabamos de saber do desaparecimento de Georges Banu. Ele era um monumento em si mesmo. De origem romena e francês de coração, Georges Banu, professor emérito da Universidade Paris III Sorbonne Nouvelle, era um poço de conhecimento teatral. Espectador entusiasta, nunca deixou de escrever e comentar a atividade dos fazedores de teatro contemporâneos. Dos muitos livros que publicou como ensaísta, menciono apenas alguns que fizeram história, Théâtre sortie de secours (Aubier, 1984, Prix de la critique dramatique), L’Acteur qui ne revient pas (Aubier, 1986, Folio 1993), bem como L’Homme de dos (Adam Biro, 2000). O seu último livro será sobre Le théâtre et l’esprit du temps (a ser publicado na editora Deuxième Epoque).
Banu foi o criador, em 1990, com Michelle Kokosowski, da “Académie expérimentale des théâtres”, que marcou o teatro na França e na Europa, e nos permitiu entrar na salas de ensaio de grandes encenadores, abrindo caminho para o diálogo entre teoria e prática. Foi co-diretor da revista Alternatives théâtrales, bem como diretor da coleção ‘Le temps du théâtre’ na editora Actes-Sud. Foi presidente de 1994 a 2000 da Associação Internacional de Críticos de Teatro, da qual continua a ser membro honorário. Integrou o Conselho Editorial da EASTAP Journal [e o Conselho Científico da revista Sinais de Cena]. Com o desaparecimento de Christian Biet, de Hans-Thies Lehmann e o de Georges Banu hoje, os teatros da Europa sentem-se um pouco órfãos.
Josette Féral, EASTAP Honorary President
Georges Banu foi consultor do Centro de Estudos de Teatro desde a sua função até 2017.