Histórias do Experimental

HISTÓRIAS DO EXPERIMENTAL

ARQUIVOS COMUNS e INSTITUIÇÕES, ESTAS, OUTRAS

Em abril, no Teatro do Bairro Alto  o foco no arquivo, a interligação entre o estético e o político, e a contracultura dos longos anos sessenta unem os projetos Red Conceptualismos del Sur (América Latina/Espanha) e INCOMMON – performing arts in Italy 1959 to 1979 (Itália), continuando o ciclo Histórias do Experimental.

Assim, se por um lado nas conferências de sábado o foco é no arquivo – nos arquivos –  e o que neles pode haver de “comum”, pertença colectiva de um passado múltiplo e contestado;  na mesa-redonda de domingo o foco é sobre instituições pois é por elas e com elas que uma série de práticas políticas, estéticas e existenciais concretas se transmitem. Trabalhando, hoje, sobre o passado de forma não nostálgica, em ambos os projectos a acção institucional, seja de uma instituição como o Museo Reina Sofia, em Madrid no primeiro caso, seja da Universidade de Veneza e do Centro Social S.A.L.E Docs, no segundo caso, é separável de uma vontade critica de transformação do contemporâneo, desenhando presentes e futuros outros. 

O TBA convidou cada um destes projetos a apresentar a sua experiência, quer partilhando alguns dos “seus “ arquivos, quer discutindo a sua experiência como instituições críticas. Uma iniciativa com o apoio do CET e do Instituto Cervantes.

Ao longo de 2020 e 2021 a série de conversas Histórias do Experimental dá a conhecer estudos singulares sobre episódios-chave do experimentalismo nas artes performativas entre a década de 1960 e hoje. Estruturada de forma transnacional, aborda vários contextos, procurando interrogar contaminações dramatúrgicas e estéticas. A partir dos arquivos, viaja-se assim entre diferentes geografias e tempos, conhecendo e discutindo inovações formais como a primeira black box na Europa, a disseminação da ideia de criação coletiva, o foco na interdisciplinaridade ou no processo em vez de no produto, procurando entendê-las política e esteticamente nos seus contextos de origem e questionando a sua operacionalidade hoje.

17 Abril – 15h
Ana Longoni
Arquivos do Comum: Red Conceptualismos del Sur

Fundada em 2007, a Red Conceptualismos del Sur reúne pessoas da América Latina e da Europa para desenvolver pesquisa não enquanto mero exercício académico, mas enquanto forma de abordagem afetiva e política dos processos investigados, em compromisso com a capacidade desta de desafiar e influenciar, em alguma medida, as condições do presente. Em aliança com iniciativas públicas e do comum, impulsiona uma política de arquivos em uso, procurando preservar os fundos documentais nos seus contextos.

Ana Longoni é investigadora, diretora do Departamento de Atividades Públicas e do Centro de Estudos do Museo Reina Sofía e impulsiona a Rede Conceptualismos del Sur desde a sua fundação em 2007.

Moderação:

Marta Mestre é curadora e pesquisadora. Tem pesquisado sobre contra-narrativas da arte contemporânea e arquivos de artistas no Brasil e em Portugal.

17 Abril – 16h45
Annalisa Sacchi, Marco Baravalle
Arquivos do Comum: INCOMMON – performing arts in Italy 1959 to 1979

INCOMMON – performing arts in Italy 1959 to 1979 é talvez o primeiro estudo que analisa sistematicamente o campo das artes performativas como resultado de práticas comunais tanto teorizadas como experienciadas ao longo dos anos 1960 e 1970. O projeto dedica-se, em particular, ao estudo da história do “laboratório italiano” enquanto lugar onde a contracultura artística expressa pelas artes performativas se desenvolveu num meio caracterizado por uma relação profunda entre filosofia, política e práticas revolucionárias.

Annalisa Sacchi é professora associada da Universidade de Veneza e investigadora principal do projeto INCOMMON. Durante muitos anos, colaborou com a companhia Socìetas Raffaello Sanzio, de Romeo Castellucci, entre outros.

Marco Baravalle é investigador do projeto INCOMMON, na Universidade de Veneza. É ainda membro de S.a.L.E. Docks, coletivo independente que se dedica à relação entre arte, ativismo e gentrificação.

Moderação:

Ricardo Seiça Salgado é antropólogo e performer de formação. Investigador integrado no CRIA-UC explora a contaminação entre a etnografia e as metodologias teatrais. 

18 Abril – 15h
Sara Buraya Bonet/Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (Madrid) e Marco Baravalle/S.a.L.E Docs (Veneza)
Instituições, outras, estas

A “festivalização” das instituições de artes performativas e a disseminação de museus blockbusters enquadram-se num panorama em que as “cidades- marca” se apresentam de forma “atrativa” num mercado global de turismo. Esta conceção trata a cultura e a arte como parte de um lifestyle que potencia uma gentrificação agressiva. É este o pano de fundo para uma conversa sobre a necessidade de um papel crítico para as instituições culturais de hoje. Marco Baravalle, membro de um dos únicos espaços independentes e coletivos de Veneza, o S.a.L.E. Docks, e Sara Buraya Bonet, responsável pelo projeto Museo em Red do Museu Reina Sofía, de Madrid, partilharão as suas experiências recentes de crítica institucional, discutindo contextos, estratégias e alianças.

Marco Baravalle é investigador do projeto INCOMMON, na Universidade de Veneza. É ainda membro de S.a.L.E. Docks, coletivo independente que se dedica à relação entre arte, ativismo e gentrificação.

Sara Buraya Bonet trabalha no Departamento de Atividades Públicas do Museo Reina Sofía e integra o Museo en Red, onde a sua investigação e o trabalho institucional são atravessados pelo enfoque nos feminismos, nas políticas do cuidar, na nova institucionalidade, nos comuns urbanos e no arquivo e memória dos movimentos sociais. É coordenadora da confederação europeia de museus L’Internationale, membro editorial de L’Internationale Online e integra o Institute of Radical Imagination.

Apoio: 

Instituto Cervantes
Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa*
*O CET é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito dos projetos «UIDB/00279/2020» e «UIDP/00279/2020

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Investigadores



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