Todos conhecemos a história de Cristóvão Colombo, o explorador genovês que em 1492 se fez ao mar com o
patrocínio dos Reis Católicos Espanhóis para estabelecer uma rota marítima directa entre a Europa e o
Extremo Oriente, a partir do qual a Índia e o seu valioso comércio de especiarias poderiam ser facilmente
alcançados e, assim, permitir a Castela e Aragão, os antecessores do Reino de Espanha, chegar ao topo do
pódio dos países mais lucrativos durante a Época dos Descobrimentos, competindo a par e passo com a
profundamente bem-sucedida Monarquia Portuguesa, sua vizinha.
É igualmente axiomático que, a 12 de Outubro do mesmo ano, Colombo acabou por encontrar terra ao fim de
um mês e meio à deriva, confundindo as futuras Caraíbas com o Império do Japão e, a determinada altura, a
China, tal como descritos por Marco Polo, um viajante veneziano que, dois séculos antes, seguira pela Antiga
Rota da Seda rumo à Ásia, regressando pelo mesmo caminho.
Contudo, o elemento que costuma ser excluído da História é o facto de Colombo não ter olhado a meios para
obter toda e qualquer pepita de ouro que o solo conseguisse produzir, o que levou a uma maciça troca entre a
Europa, África, e a futura América que viria a alterar a História da Humanidade da pior maneira possível –
perpetuamente.
Ao longo da Parte I desta expedição, viajamos a bordo da famosa flotilha constituída pela Santa María, a Niña
e a Pinta pelo Atlântico adentro, testemunhando a forma como um grupo inicialmente de noventa homens
procurou fazer cumprir a lei cristã numa zona onde os seus habitantes aborígenes haviam já construído uma
sociedade eficiente por si próprios, tendo sido rotulados, em todo o caso, como “animais irracionais”.
Referência: Lameiras, Tiago. 2020. ‘Columbia: Part I’. Columbia, Carolina do Sul, EUA: Kindle Direct Publishing.