A premissa deste projecto ensaístico é, ao longo de dez capítulos e três partes, que podemos alternadamente designar por cenas e actos, respectivamente, apresentar ao leitor comum o universo das Artes Performativas através da desconstrução do conceito de «Teatrologia» (um vocábulo inexistente em qualquer dicionário vulgar, quer se trate de uma língua germânica ou românica, por exemplo) rumo ao carácter performático (ou teatralidade, se quisermos) inato à e embutido na natureza humana. Enquanto seres políticos (ou “animais”, de acordo com a descrição de Aristóteles na sua ‘Ética a Nicómaco’), somos regidos por três esferas de influência social: a individualidade, a interacção acoplada e o intercâmbio intersocial. Cada uma destas pedras basilares equivale a uma parte ou a um acto diferente, por ordem, no seio deste empreendimento filosófico. A primeira é relativa ao autoconhecimento, à forma como cada um de nós se percepciona na qualidade de intérprete de um papel biográfico no palco terrestre. A segunda concentra-se na comunicação directa entre o eu e o outro, independentemente do laço que possa unir-nos. A terceira compreende uma troca em grande escala entre o eu, o eu e o outro e o eu e os outros, quer seja a nível nacional ou mundial, progressivamente incrementando o escopo da nossa acção enquanto personagens mundanas neste plano material. Por sua vez, ao longo de cada capítulo ou cena, o leitor é convidado a explorar múltiplos episódios representativos de situações pessoais, interpessoais e tribais oriundas das mais variadas circunstâncias que o leitor poderá estar a viver ou ter já vivido, o que lhe permitirá inequivocamente perceber que somos todos simultaneamente agentes e observadores no nosso espectacular quotidiano, mesmo acreditando que jamais teria suficiente coragem para subir ao palco mundial.
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Ano de publicação: 2022
Investigadores