A exposição LUZ NEGRA – Fotografia e Teatro em Itália (1946-2018) , patente na galeria de exposições temporárias até 16 de junho, resulta de uma parceria entre o Museu Nacional do Teatro e da Dança e Instituto Italiano de Cultura.
A exposição apresenta pela primeira vez em Portugal alguns dos mais marcantes fotógrafos da cena italiana e pretende ser a primeira de uma série que percorrerá as produções fotográficas dos mais importantes centros europeus de teatro e de dança.
A escolha da fotografia italiana para a primeira desta série de exposições tem plena justificação porque a partir da década de 1950 o panorama teatral em Itália se renovou profundamente, processo para que muito contribuíram quer as experiências de produção e de criação de Luchino Visconti, de Giorgio Strehler ou de Luca Ronconi, quer a excelência do teatro lírico e musical, quer a passagem das mais destacadas companhias internacionais de vanguarda, sobretudo a partir das décadas de 1960 e 1970, com as suas experiências inovadoras e pesquisas laboratoriais. Nos palcos italianos, as longas presenças de Tadeusz Kantor, do Living Theatre e do Jerzy Grotowski, entre outras, muito contribuíram para o desenvolvimento de uma sólida, aberta e extraordinariamente estimulante cultura teatral.
Esse excecional fermento artístico e cultural atraiu aos palcos uma multiplicidade de fotógrafos, com estilos e sensibilidades muito diferentes, que souberam encontrar na escuridão da cena teatral uma fonte de inspiração para a criação das suas linguagens expressivas pessoais, entre o documental e o subjetivo, com abordagens visuais muito diversificadas e inovadoras que, por sua vez, marcaram profundamente a produção internacional de fotografia de cena.
A exposição LUZ NEGRA reúne cerca de 60 provas fotográficas de médio e grande formato, complementadas pela projeção de muitas outras imagens digitais e ainda uma seleção de foto-livros provenientes do acervo do Museu Nacional do Teatro e da Dança e integra trabalhos de um conjunto de fotógrafos tão influentes como Pasquale de Antonis, fotógrafo principal do teatro de Visconti, Ugo Mulas e Luigi Ciminaghi, colaboradores de Strehler no Piccolo Teatro de Milão, Tony D’Urso, memória visual da companhia Odin Teatret, Maurizio Buscarino, testemunha do percurso teatral de Kantor em Itália, Vasco Ascolini, mestre da luz e da imagem do teatro corporal, Lelli e Masotti, dupla de fotógrafos oficiais do Teatro alla Scala, Massimo Agus, fotógrafo de dança internacional, Marco Caselli Nirmal, e alguns fotógrafos mais jovens, intérpretes visuais e testemunhas de uma nova geração de teatro experimental italiano, como Tiziano Ghidorsi, Anna Campanini, Gianluca Camporesi, Laura Arlotti e Guido Mencari.
A exposição tem a curadoria de Cosimo Chiarelli, historiador da fotografia e diretor do Centro per la Fotografia dello S. pettacolo de San Miniato (Pisa), e de Paulo Ribeiro Baptista e fotografia do Museu Nacional de Teatro e da Dança.