Reúnem-se neste segundo volume da série dedicada à dramaturgia portuguesa do século XVI o Auto do Caseiro de Alvalade, o Auto dos Escrivães do Pelourinho, o Auto do Escudeiro Surdo, o Auto de Florisbel e o Auto de Guiomar do Porto, na sua primeira edição moderna. Todos eles constituem retratos da vida urbana no Portugal de Quinhentos. Fruto das convenções «realísticas», que aproximam a representação teatral da realidade, é a expressão linguística que evidenciam, bastante diferente da de outros textos de índole literária ou ensaística. E não é só a riqueza diversificada das formas linguísticas que faz destes textos património a recuperar e a estudar; os cinco autos revelam uma cultura instalada na sociedade portugusa quinhentista, herdeira da acumulação de práticas teatrais desenvolvidas a partir de Gil Vicente, reflexo de leituras e vivências individuais que encontram eco no colectivo, evidenciadas nas referências culturais que propõem.
Teatro Português do Século XVI
